Fórum de Pequenas e Médias Firmas de Auditoria discute desafios do segmento

Publicado em 29/8/2019

Uma plateia muito atenta e participativa assistiu ao Fórum de Pequenas e Médias Firmas de Auditoria, organizado pelo Instituto de Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) em parceria com o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP). O evento aconteceu no dia 29 de agosto de 2019, na sede do Conselho, e foi transmitido ao vivo pelo canal do CRCSP no YouTube.

A solenidade foi aberta pela presidente do CRCSP, Marcia Ruiz Alcazar, que deu as boas-vindas aos participantes e afirmou que “este Fórum tem um propósito específico de tratar dos mercados das pequenas e médias firmas de auditoria, conjugando esforços com as Entidades Contábeis para a eliminação de barreiras legais e buscando soluções conjuntas.”

Marcia afirmou também que “afinal, não devemos esquecer que o Brasil é um país pouco auditado e a sociedade necessita de segurança de bons trabalhos, bons números, boas prestações de contas para uma economia que está ligando seus motores e tentando decolar.”

Marcaram presenças no evento o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Zulmir Ivânio Breda; o presidente do Ibracon Nacional, Francisco Antônio Maldonado Sant’Anna; o presidente do Ibracon – 5ª Regional, Carlos Augusto Pires; o presidente do Grupo Latinoamericano de Emisores de Normas de Información Financiera (Glenif), Eduardo Pocetti; o vice-presidente Técnico do CFC, Idésio Coelho, e os vice-presidentes do CRCSP José Donizete Valentina (Administração e Finanças), José Aparecido Maion (Fiscalização, Ética e Disciplina) e João Carlos Castilho Garcia (Desenvolvimento Profissional).

Painéis

O presidente do CFC, Zulmir Breda, iniciou os painéis do Fórum, discorrendo sobre “Ações e Cenário Profissional”. Ele disse que existem 500 pequenas e médias firmas de auditoria no Brasil e que o CFC regulamentou, no início de agosto, o Cadastro Nacional de Auditores Independentes, o CNAI-PJ, “que vem fortalecer a atividade de auditoria independente e a livre concorrência de mercado, com a participação também das pequenas e médias firmas de auditoria”.

O presidente do CFC também informou que, inicialmente, será optativo o ingresso no CNAI-PJ, mas, obrigatório, futuramente. “O CNAI-PJ entra em vigor em 1º de janeiro de 2020”, disse Zulmir.

“Principais Desafios para as PMFs e o que Fazer para Superá-los” foi o tema dos painelistas, o coordenador do Comitê Administrador do Programa de Revisão Externa da Qualidade (CRE) do CFC, Rogério Rokembach, e o presidente do Ibracon 2ª Regional, Marcelo Galvão Guerra. O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP) e da Associação das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Aescon-SP), Carlos Alberto Baptistão foi o coordenador deste painel.

O presidente Guerra e Rokembach analisaram o cenário de atuação das pequenas e médias firmas de auditoria afirmando que há problemas, mas que também é necessário achar as soluções, denunciando aos órgãos de defesa as firmas que atuam como auditoras, mas que não têm capacidade técnica; cobrando das entidades de governança e de executivos ações para barrar serviços de leigos.

“O grande desafio”, disse Guerra, “é a manutenção das nossas prerrogativas profissionais”. Para Rokembach, é necessário “capacitar os times, buscando a melhoria da qualidade dos relatórios de auditoria.”

O diretor de Desenvolvimento Profissional do Ibracon 5ª Regional, Renato Postal, coordenou o painel “Identificação de Oportunidades de Aumento de Mercado de Serviços e o que Fazer para Alcançá-lo”. Membro do Grupo de Trabalho (GT) Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes (FAPMP) do Ibracon 5ª Regional, Renata Peppe, defendeu a necessidade de renovação dos auditores, “os jovens profissionais precisam ser incentivados para aderirem ao segmento. Mas para isso, precisamos estar preparados para os desafios que diariamente temos que enfrentar, mas somos resilientes e sempre superamos as dificuldades.”

Também membro do Grupo de Trabalho (GT) Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes (FAPMP) do Ibracon 5ª Regional, Paulo Carvalho, enfatizou a rapidez das mudanças que ocorrem na profissão. “Precisamos estar preparados, entender mais de tecnologia, de banco de dados, de cybersecurity e sustentabilidade”, defendeu Paulo.

Ele acredita que o desafio para as pequenas e médias firmas é trabalhar com parcerias e ampliar os tipos de serviços oferecidos. ”Além de auditoria, ter como opções governança corporativa, consultoria, revisão, auditoria interna, outsourcing e due diligence”.

“O que Acreditamos que as Entidades – Ibracon, Fenacon, Sescon-SP e CFC – Podem Fazer pelas PMFs” foi o painel coordenado pelo vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSP, José Donizete Valentina. O vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CRCSP, José Aparecido Maion, mostrou dados de aprovação dos Exames de Qualificação Técnica para auditores independentes que querem fazer parte do Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do CFC. De 2015 (41% aprovados) a 2019 (4,23% aprovados) houve uma grande queda nas aprovações dos candidatos.

“O CRCSP disponibiliza palestras e seminários para desenvolvimento profissional da classe contábil. Disponibilizamos 17 conteúdos a distância, com 16 mil acessos no Estado de São Paulo e 8.300 acessos de outros estados, que fizeram parceria com o Conselho para que seus profissionais também pudessem usufruir dos conteúdos”, disse Maion.

A diretora de Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes (FAPMP) do Ibracon Nacional, Mônica Foerster, também participou desse painel. Ela contou que o Ibracon produz vários materiais e temas de discussão, manuais e listas de serviços, além de cursos de ensino a distância, para os profissionais de firmas de auditoria pequenas e médias. “NO entanto, precisamos de mindset para abraçar as mudanças que estão acontecendo”, afirmou Mônica. “Queremos proatividade e adaptação do modelo operativo das FAPM.”

Conclusão e encerramento

As conclusões propositivas do Fórum de Pequenas e Médias Firmas de Auditoria foram apresentadas pelo vice-presidente do Sescon-SP, Carlos Alberto Baptistão, que afirmou que melhorar a qualidade dos profissionais é um dos focos do Sindicato. “Defendemos que as firmas de auditoria pequenas e médias possam trabalhar com liberdade e que a Reforma Tributária, que já está sendo discutida, não venha a prejudicá-las.”

O presidente do Ibracon Nacional, Francisco Sant’Anna, disse que um selo de qualidade Ibracon poderia ajudar as pequenas e médias firmas de auditoria a conquistar mercado. “Também já estamos pensando em um “modelo” que o setor poderia ter para se expandir, com uma assessoria legal do Ibracon para que a empresa possa se manter.”

O vice-presidente Técnico do CFC, Idésio Coelho, aconselhou: “Pequenas e médias firmas de auditoria, associem-se, escolham um nicho de mercado, façam alianças com empresas de tecnologia. O que o mercado quer: preços baixos e alta qualidade. Sonhem grande, sejam empresas de primeira linha!”.

O vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSP, José Donizete Valentina, encerrou o evento agradecendo a parceria CRCSP-Ibracon, e enaltecendo o alto nível dos coordenadores e dos painelistas do Fórum de Pequenas e Médias Firmas de Auditoria 2019.