Auditores de todo o Brasil participam do Fórum Anual de Auditoria para PMEs

Publicado em 3/9/2020

Em 3 de setembro de 2020, ocorreu o Fórum Anual de Auditoria para PMEs, evento promovido pelo CRCSP e pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) sobre os principais assuntos relacionados às firmas de auditorias de pequeno e médio portes.

Transmitido ao vivo no canal do CRCSP no YouTube, o Fórum contou com mais de 1.000 participantes de todo o Brasil e abordou o Cadastro Nacional de Auditores Independentes – Pessoa Jurídica (CNAI-PJ) e propôs soluções para as restrições às firmas menores de auditoria.

Os debatedores do Fórum foram os presidentes do CRCSP, José Donizete Valentina, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Zulmir Ivânio Breda, do Ibracon Nacional, Francisco Antônio Maldonado Sant’Anna, e do Ibracon – 5ª Seção Regional, Carlos Augusto Pires, o vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSP, José Aparecido Maion, o coordenador do Comitê Administrador do Programa de Revisão Externa de Qualidade (CRE), Rogério Costa Rokembach, o conselheiro do CRCSP Marcelo Gomes de Barros, a integrante do Grupo de Trabalho FAPMP do Ibracon Karla Carioca e a diretora da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) Sílvia Rodrigues Pachikoski. A conselheira do CRCSP Angela Zechinelli Alonso e o auditor Marcelo Guerra fizeram a mediação dos painéis.

A diretora de Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes (FAPMP) do Ibracon e presidente do Small and Medium Practices Committee da International Federation of Accountants (Ifac), Monica Foerster, enviou um vídeo para a abertura do fórum e destacou a importância dos temas tratados na atividade. “É necessário reiterar a alta qualidade dos serviços prestados pelas pequenas e médias firmas de auditoria, lembrando que o arcabouço normativo é comum a todas as firmas. O CNAI PJ é uma oportunidade para que elas possam demonstrar a efetividade de seu sistema de qualidade e a capacitação contínua de seus sócios e profissionais”, ressaltou Foerster.

CNAI-PJ

O primeiro painel do Fórum tratou sobre o CNAI-PJ e foi apresentado pelo vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSP, José Aparecido Maion, pelo presidente do Ibracon – 5ª Seção Regional, Carlos Augusto Pires, e pelo coordenador do Comitê Administrador do Programa de Revisão Externa de Qualidade (CRE), Rogério Costa Rokembach. Eles destacaram os principais pontos do cadastro e como ele contribui para que as firmas de auditoria possam agregar valor aos seus serviços.

“O CNAI-PJ foi uma reivindicação das firmas de auditoria, atendida pelo CFC. É um cadastro que confere credibilidade e dá confiança para o mercado”, explicou Maion.

Rokembach destacou que as firmas de auditoria são “obrigadas a cumprir uma série de regulamentos em suas atividades. O CNAI-PJ é uma comprovação para o mercado de que de fato nós estamos atendendo a estes parâmetros”.

Pires considerou positivo o alto índice de participação de auditores na atividade e ressaltou que este é um indicativo de que o CNAI-PJ traz uma solução para desafios enfrentados pelas firmas de auditoria.

Restrições às atividades das pequenas e médias firmas de auditoria

O segundo painel do fórum tratou sobre restrições às atividades das pequenas e médias firmas de auditoria impostas por alguns organismos reguladores. O tema foi apresentado pelo conselheiro do CRCSP Marcelo Gomes de Barros, Karla Carioca e Sílvia Rodrigues Pachikoski.

Karla explicou que as normas de contabilidade e de auditoria às quais as firmas de auditoria estão submetidas são as mesmas, independentemente de seu porte. “Precisamos demonstrar que temos as mesmas condições de executar um trabalho de qualidade. Não há razão para que qualquer entidade, especialmente as instituições financeiras, restrinjam a atividade de auditoria às firmas de grande porte”, afirmou a auditora.

Sílvia também questionou o fato de alguns clientes limitarem a realização de serviços de auditoria. “É de conhecimento geral que não há distinção nas atividades desempenhadas pelos auditores, do ponto de vista legal. É necessário implementar alguma medida para que esta distorção e o desequilíbrio que ela ocasiona possam ser eliminados”, declarou a advogada.

O conselheiro do CRCSP Marcelo Gomes de Barros também levantou pontos contra a restrição das atividades e falou sobre as qualidades que devem nortear o trabalho dos auditores independentes. “A auditoria é uma profissão capaz de contribuir para a sociedade de forma significativa, pois fornece aos usuários informações para a tomada de decisão e a conduta deve ser, sempre, com ética e profissionalismo, para que nós possamos ganhar mercados e evoluir cada vez mais”, declarou o conselheiro.

Proposições das entidades

Os presidentes do CRCSP, José Donizete Valentina, do CFC, Zulmir Ivânio Breda, do Ibracon Nacional, Francisco Antônio Maldonado Sant’Anna, e do Ibracon – 5ª Seção Regional, Carlos Augusto Pires, apresentaram o terceiro painel do fórum, com o posicionamento das entidades sobre os temas apresentados.

Além de avaliar proposições e responder dúvidas do público, os presidentes também se comprometeram a realizar uma interlocução junto à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para que as instituições financeiras não realizem qualquer discriminação referente ao porte da firma ao contratar serviços de auditoria interna.

“A profissão nunca esteve tão unida como está hoje, mesmo em meio a este período de dificuldade no mundo. Nós do CRCSP, CFC, Ibracon e demais entidades da classe vamos realizar uma grande interlocução para buscarmos uma solução para as dificuldades enfrentadas pelas firmas de auditoria de pequeno e médio portes. As firmas de grande porte têm seu espaço e seu papel no mercado, mas as pequenas e médias firmas precisam de mecanismos que as apoiem”, afirmou o presidente Donizete.

O presidente do CFC declarou que o Fórum de Auditoria para PMEs faz parte do calendário nacional de eventos da classe contábil e que o CNAI-PJ tem um enorme potencial para a área de auditoria. “Também estudaremos propostas para que o CNAI-PJ possa ser aprimorado continuamente, pois nosso intuito é que esteja tão fortalecido a ponto de ser a referência de cadastro de auditores para todas as entidades”, declarou Zulmir.

Sant’Anna também reforçou a importância de as entidades da classe contábil discutirem com a Febraban a eliminação de restrições às atividades das pequenas e médias firmas de auditoria. “Vamos mostrar o preparo técnico dos auditores, atuem eles em entidades reguladas ou não, e a sua bagagem para trabalhar em órgãos de todos os tamanhos e esferas”, declarou o presidente do Ibracon Nacional.