Em 24 de maio de 2022, o CRCSP realizou o “Dia D da Educação Contábil”, com discussões sobre o conteúdo curricular do curso de Ciências Contábeis e a minuta colocada em audiência pública pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

A atividade foi realizada simultaneamente pelos 27 Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) do país, com apoio da Comissão Nacional de Educação Contábil do CFC, para a construção de uma proposta única de alteração da Resolução CNE/CES n.º 10/2004. O CFC colocou em audiência pública a minuta de alteração na resolução, que recebe sugestões de melhoria até 31 de maio pela plataforma Participa + Brasil.

Com painéis e debates, o evento foi realizado com apoio das Entidades Contábeis do Estado de São Paulo e transmitido ao vivo no canal do CRCSP no YouTube.

Antes do início do evento, foram apresentados trechos do evento Conexão Contábil – Nordeste, promovido pelo CFC em 11 de maio, quando foi apresentada pelo CFC a proposta de sugerir alterações na grade curricular do curso de Ciências Contábeis.

Os presidentes do CRCSP, José Aparecido Maion, do Sescon-SP e Aescon-SP, Carlos Alberto Baptistão, da Academia Paulista de Contabilidade, Domingos Orestes Chiomento, do Sindcont-SP, Geraldo Carlos Lima, da Apejesp, José Vanderlei Masson dos Santos, do Ibracon – 5ª Seção Regional, Marco Antônio de Carvalho Fabbri, e a vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCSP, Flávia Augusto, abriram a atividade, que teve a moderação do conselheiro do CRCSP Wander Pinto.

Abertura

O presidente José Maion iniciou o evento do CRCSP explicando os objetivos do “Dia D da Educação Contábil” e ressaltando a importância da participação de todos no processo de reformulação do curso de Ciências Contábeis.

“A nova realidade do mercado exige do profissional competências ligadas à tecnologia, ciências de dados, governança e sustentabilidade ambiental e social. Precisamos, portanto, aproveitar este “Dia D” e repensarmos os perfis profissionais dos contadores e os programas de formação, qualificação e requalificação das instituições formadoras dos cursos de Ciências Contábeis”, declarou o presidente do CRCSP.

“É grande o desafio da educação contábil no Brasil” – afirmou o presidente do Sescon-SP, que complementou: “Nossa profissão está sempre na linha de frente para assimilar, interpretar e orientar os contribuintes brasileiros e uma das principais habilidades que devemos ter é de aprender a aprender”.

Para Domingos Orestes Chiomento, a união das 23 Academias de Contabilidade e dos 27 Conselhos Regionais de Contabilidade, com o apoio do CFC, para a alteração das diretrizes curriculares é “um movimento que está novamente fazendo história para a classe contábil”.

O presidente do Sindcont-SP ressaltou que o conteúdo curricular nas universidades não é suficiente para que os jovens profissionais estejam preparados para o mercado de trabalho. “Eu vejo com muita alegria esta iniciativa para inovar o curso, para que ele possa traduzir as reais necessidades do profissional”, pontuou Geraldo Lima.

A vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCSP, Flávia Augusto, reforçou a importância de que todos participem da audiência pública e enviem sugestões de melhoria: “Esta é uma oportunidade única e ninguém poderá afirmar depois que ficou de fora. Precisamos levar aos jovens conhecimentos sobre estas novas habilidades necessárias hoje, para que eles estejam muito mais preparados para os desafios que surgirão após sua formação”.

O presidente da Apejesp também apontou que é necessário que a academia reflita esta prática profissional. “Na área de Perícia, é importante que ele saia da academia e saiba aplicar as normas da perícia e tenha conhecimento sobre as funções, atribuições e principalmente sobre os deveres, direitos e prerrogativas para atuar na área judicial e extrajudicial”.

Para o presidente do Ibracon – 5ª Seção Regional, a participação das entidades contábeis é importante para incentivar a participação de todos no processo de audiência pública. “Os profissionais estão sendo ouvidos e isso é fundamental para que a graduação universitária atenda às mudanças da economia e da sociedade, com as quais nossa profissão deve estar sempre alinhada”, concluiu Fabbri.

O que mudar nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Ciências Contábeis?

Após a abertura, a integrante da Academia Paulista de Contabilidade (APC) Angela Zechinelli Alonso e o conselheiro do CRCSP e representante da Comissão Nacional de Educação do CFC, Alexandre Sanches Garcia apresentaram a palestra “Proposta de Alteração da Resolução CNE/CES n.º 10, de 16 de dezembro de 2004, que Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis - o que Mudar?”, com um resumo sobre a norma vigente e a minuta de alteração proposta pelo CFC.

Angela apresentou dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sobre o perfil atual do curso de Ciências Contábeis e ressaltou que a pandemia de Covid-19 antecipou tendências que já estavam em andamento, previstas para meados de 2030.

Alexandre resumiu as alterações propostas pela minuta elaborada pela Comissão Nacional de Educação Contábil do CFC para alteração da Resolução CNE/CES n.º 10/2004, com o histórico para sua criação, a metodologia para a formação da proposta, o novo projeto pedagógico e o escopo das competências técnicas contidas no documento, de acordo com as exigências do mercado, o arcabouço legal vigente e as boas práticas internacionais da Contabilidade.

Ao final da palestra, foi realizado um debate sobre o tema com professores e coordenadores de instituições de ensino e o envio de perguntas e sugestões do público pelo chat da transmissão e WhatsApp.

Os participantes foram os professores e coordenadores de cursos Fernando de Almeida Santos (PUC-SP), João Yanase (Trevisan Escola de Negócios), Jhonatan Hoff (Faculdade Fipecafi), Liliane Cristina Segura (Mackenzie) e Natasha Borali (Fecap). A conselheira do CRCSP Márcia de Souza Montanholi fez a coordenação do debate.