Junho: um mês para falar sobre diversidade e inclusão em todos os espaços

Publicado em 2/6/2023

Instituído como o Mês do Orgulho LGBT, junho é o período perfeito para levantar um debate mais do que necessário: a importância de promover a diversidade e a inclusão. Seja em casa, com as pessoas de seu convívio e, especialmente, no ambiente de trabalho, criar ambientes seguros, acolhedores e que permitam o pleno desenvolvimento de cada pessoa é função de todos nós.

Por este motivo, o CRCSP aproveita o mês de junho para falar sobre orgulho LGBTQIAP+, sobre respeito e o combate a todos os tipos de discriminações, sejam elas relacionadas a religião, raça, classe social, identidade de gênero, orientação afetiva ou qualquer outra forma de preconceito.

Por que Mês do Orgulho LGBT?

No dia 28 de junho de 1969, ocorreu em Nova York, Estados Unidos, uma violenta e homofóbica repressão contra pessoas LGBTQIAP+, em um bar chamado Stone Wall Inn. A homossexualidade era considerada crime até 1962 nos Estados Unidos.

Em 1969, ser homossexual em Nova York não era mais crime, mas ainda assim a população LGBTQIAP+ sofria duras perseguições e batidas policiais abusivas. Em uma dessas batidas, houve um confronto que durou quatro horas, seguido nos dias seguintes por manifestações com cada vez mais pessoas.

Após um ano da Revolta de Stonewall, surgiram as primeiras passeatas do Orgulho LGBT nos EUA. Estas passeatas e manifestações foram, cada vez mais, sendo adotadas ao redor do mundo e originaram o Dia Internacional do Orgulho LGBT, celebrado em 28 de junho.

Pride (orgulho, em inglês) é uma palavra que contrapõe a vergonha a que as pessoas com identidades de gênero e orientações afetivas diversas estavam sujeitas. Este orgulho é a reafirmação das individualidades de cada um, mas também uma busca pela igualdade de direitos e o enfrentamento ao preconceito, à discriminação e violência existentes na sociedade.

Apenas um dia não é o bastante para falar sobre temas tão relevantes, como diversidade, aceitação, inclusão e respeito. Por este motivo, fala-se hoje do Mês do Orgulho LGBT, o que ainda é pouco, já que estes temas deveriam ser discutidos em todos os dias do ano.

LGBTQIAP+

É importante explicar alguns termos utilizados que, embora exista farto material disponível sobre o assunto, ainda não são de conhecimento de todos.

A começar pela sigla LGBTQIAP+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexuais, Pan/Polissexuais e demais orientações afetivas e identidades de gênero).

O termo sofreu diversas transformações ao longo do tempo. Por muito tempo, a palavra gay foi utilizada indiscriminadamente, até que pessoas que se identificavam como lésbicas passaram a lutar também por visibilidade e a expressão “gays e lésbicas” tornou-se a regra. No Brasil, a sigla GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) foi utilizada durante muito tempo para denominar espaços seguros para a população LGBTQIAP+ e héteros favoráveis à causa.

Posteriormente, pessoas bissexuais e transexuais passaram a apontar que não se sentiam representados pelos termos da época, e a partir de então foi inserido B e o T, sendo o termo LGBT já utilizado no final dos anos 80, tendo sido oficializado no Brasil na 1ª Conferência Nacional GLBT.

O termo mais comumente utilizado hoje, LGBTQIAP+, busca representar uma parte da diversidade existente na sociedade, mas mais que uma descrição exata, trata-se de um movimento social pelo reconhecimento de direitos. É uma forma de pessoas que não estão abrangidas pelo padrão heteronormativo se reafirmarem como indivíduos, que merecem seu reconhecimento e o respeito a quem são.

Diversidade e inclusão

Existem outros termos que, muitas vezes, não são compreendidos por parte da população. Um exemplo disto é a diferença entre diversidade e inclusão. Embora os dois termos caminhem juntos, o primeiro trata sobre representatividade e aceitação, sobre promover um ambiente que reflita mais a pluralidade existente na sociedade, seja em relação a orientações afetivas, identidades de gênero, etnias, culturas e outras características.

Por sua vez, inclusão é promover um ambiente seguro e que tenha igualdade de oportunidades para todos. No ambiente corporativo, por exemplo, não basta contratar pessoas dos mais diversos contextos, eliminando o filtro discriminatório do preconceito, mas promover ações que garantam a estas pessoas se sentirem acolhidas e parte do ambiente, sem que tenham que esconder quem são.

Em pesquisa realizada em 2021 pela empresa de consultoria Mais Diversidade, com apoio institucional do jornal O Estado de São Paulo, apenas 55% dos 2.168 entrevistados, identificados como pessoas LGBTQIAP+, revelavam sua orientação afetiva ou identidade de gênero a colegas de trabalho e apenas 15% deles conversaram sobre o tema com pessoas em posições de liderança na empresa.

Os números representam um avanço, se considerarmos o cenário de alguns anos atrás, mas mostram que ainda há um longo caminho a ser percorrido na busca pela igualdade de oportunidades.

Outra pesquisa, esta realizada pelo grupo Infojobs com 1.991 pessoas, aponta que 82% dos entrevistados consideram que existem preconceitos e barreiras internas nas empresas que dificultam a colocação de pessoas LGBTQIAP+ no mercado de trabalho e para sua ascensão profissional.

ASG

O tema vem cada vez mais sendo discutido e hoje o conceito de ESG (Envirommental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança, no original em inglês) já é amplamente conhecido. Inclusive, um número crescente de empresas e entidades possui hoje comitês específicos para discutir questões relacionadas à diversidade e inclusão.

Um exemplo é a Subcomissão de Diversidade e Inclusão da Comissão ASG do CRCSP. Criado em 2020, com o nome de Grupo de Trabalho de Diversidade e Inclusão, em 2022 o grupo passou a integrar a Comissão ASG para tornar a discussão mais abrangente e empreender ações de forma integrada para a criação de espaços diversos e inclusivos na profissão contábil.

Através de palestras, atividades, reuniões com representantes da sociedade civil e campanhas de conscientização, a Subcomissão de Diversidade e Inclusão promove e apoia ações e medidas de enfrentamento de formas de violência contra pessoas de todas as idades, etnias, religiões, gêneros, identidades ou orientações sexuais e de outros grupos vulneráveis, como migrantes, imigrantes, pessoas com deficiência, entre outros.

Para saber mais sobre a Subcomissão de Diversidade e Inclusão da Comissão ASG, acesse o portal do CRCSP (www.crcsp.org.br) e clique no menu “Institucional” e em “Comissões, Comitês, Conselho Consultivo e GT”. Caso queira sugerir temas e ações a serem desenvolvidas, envie um e-mail para diversidade@crcsp.org.br.