Cerco a riscos favorece a profissão de auditor

Publicado em 20/4/2017

Em um momento em que empresas e setor público estão sob escrutínio em relação à gestão de riscos e controles, o profissional de auditoria interna vem ganhando espaço no mercado. Nos próximos dois anos, a expectativa do Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA) é que o número de profissionais certificados no país mais do que dobre.

Há hoje 500 profissionais certificados no Brasil, a maior parte com a Certified Internal Auditor (CIA). Ao longo do ano passado, mais de 300 profissionais deram início ao processo para obter uma das certificações oferecidas pelo IIA, um aumento de mais de 80% na comparação com 2015. O instituto espera que um número similar se inscreva neste ano, sendo que o processo de certificação demora de um a três anos. Isso resultaria em mais de 1.100 profissionais certificados até 2019.

A CIA é a certificação mais predominante no mundo, segundo estudo realizado pelo IIA Global com mais de 13 mil profissionais de 166 países. No geral, 68% dos executivos em cargos de chefia na área possuem essa certificação. A região que engloba América Latina e Caribe tem a menor presença de profissionais de qualquer nível certificados, 36%. Na América do Norte, onde o mercado é mais maduro, 67% dos profissionais possuem alguma certificação.

Para Braselino Assunção, diretor geral do IIA Brasil, a preparação dos profissionais da área deve incluir, além da certificação, o treinamento contínuo. A pesquisa mostra que, na América Latina, os executivos que ocupam os cargos mais importantes da área dentro da empresa recebem o maior número de horas de treinamento formal anualmente, na comparação com outras regiões. Aqui, a média é de 57 horas por ano, mais do que a média global, de 46 horas.

"Para chegar ao nível de chefe de auditoria interna, a experiência e certificações são importantes, mas não suficientes", diz Assunção. A pesquisa do IIA também listou as habilidades consideradas essenciais para esses profissionais, como o entendimento do negócio, estratégia, liderança ética, raciocínio crítico, boa comunicação e amplo conhecimento da empresa. "É a visão independente do auditor que vai analisar os riscos que a empresa toma de acordo com o volume de negócios. Um chefe de auditoria despreparado pode levar a organização para a UTI."

Fonte: Valor Econômico – Letícia Arcoverde.